Neste mundo onde vivemos a nossa vida, não se pode escapar dele e nem dela, por isso já teve quem disse que a vida é uma prisão. Por enquanto só os astronautas saíram do mundo e ninguém mais. Da vida, então, só temos que esperar a vontade dela para sairmos dela (risos). O homem é o eterno distraído de si mesmo. Alguém consegue se lembrar de quantas distrações existem e por todos os dias para que nós até nos esqueçamos de nós mesmos? Às vezes o esquecer até pode ser bom, pois, parece que para os que não pensam, a vida é bem melhor. Livram-se da necessidade de evoluir porque isso implica em se afastar de suas zonas de conforto.
Para os que pensam, será que as pessoas sabem quem elas são? Parece que sim, porque, ao perguntar para elas quem são elas respondem: Eu sou médico, eu sou engenheiro, eu sou psiquiatra, eu sou pedreiro, eu sou lixeiro, eu sou artista, sou político e etc. (Agora me lembrei daquele filme de ficção Matrix). Mas, tudo o que foram e que viverem antes de suas profissões também não fazem parte do que elas são hoje? E depois que se aposentarem e não mais exercerem suas profissões, se lhes perguntarem quem são saberão responder sem se relacionarem com elas, suas profissões? Podem sim assim: Quem sou eu? Ah, eu sou aposentado. O homem sempre é alguma coisa menos quem é de verdade, pois ele não sabe (risos). Talvez ele pense que seja o corpo que tenha o seu nome, pois, o seu espírito (alma) não tem nome.
Muitas pessoas pensam que são superiores as outras devido às profissões que exercem ou pelo que são diplomadas. Muitas são “bitoladas” nessas suas atividades profissionais, que, até são uma decepção quando confrontadas com assuntos outros mais importantes sobre a vida. Até é desaconselhável conversar com políticos se eles sempre são assim (políticos) a qualquer hora do dia e em qualquer lugar, mesmo nos que não lhes sejam propícios para comparecerem. Entretanto, sejam os mais simples e os que se pensam superiores, lá pelo final de suas vidas parece que para o mundo eles ser tornam iguais ou “farinha do mesmo saco” (risos).
Nossa individualidade ou consciência é que causa o saber ou o sentir do nosso existir. Nós somos quem somos devido ao acúmulo que temos na memória, seja tudo o que vimos, tudo o que ouvimos, tudo o que lemos e resumindo, tudo o que a nossa consciência absorveu, até então, da vida, até os enganos e as mentiras. Quanto aos muitos que absorveram “parte do que são” pela leitura, desde quando em tempos remotos inventaram a escrita, até hoje muitos se aproveitaram dela para escreverem seus “fatos” que nunca foram e nunca serão fatos.
Sobre o quem somos, qual é o nosso verdadeiro ser? Até agora só conseguimos saber que somos tudo o que vivemos e aprendemos até então. Mas, podemos saber que quando estamos sozinhos somos diferentes de quando estamos em companhia de outros. Sozinhos nós somos mais autênticos convivendo com os nossos próprios pensamentos e nem evitamos os ruídos de nossa flatulência (risos). O homem é um joguete do destino, pois, nunca consegue prever o que vai estar a lhe suceder. Nem consegue se livrar dos pensamentos “que não quer” que lhe aparecem sem o seu querer. Concluindo, durante tanto tempo dá muito trabalho para se viver e quase sempre nenhum para morrer (risos). E este mundo cada vez mais está a parecer que ele é uma prisão psicológica. Muitos estão com suas cabeças muito ocupadas com insignificâncias e por isso, não conseguem mesmo saírem de suas limitações mentais.
Altino Olimpio