Qualquer pessoa quando reflete sobre quem ela é lhe vem na mente tudo o que lhe ocorreu na vida desde quando nasceu, isto é, todo o relacionamento ou envolvimento que tevê com tudo o que lhe existiu. Resumindo, qualquer pessoa quando pensa sobre si mesma, ela se pensa ser tudo o que ela viveu até agora em sua atualidade. Pensamos que somos quem somos devido a memória que carregamos sobre muitos dos fatos que foram responsáveis pela formação de nossa personalidade, de nosso caráter, nosso modo de ser e etc. Quando nascemos, nascemos sem personalidade, sem caráter e sem o nosso modo de ser. Tudo o que pensamos ser foi adquirido pelo condicionamento que tivemos desde que nascemos que é um processo de aprendizagem que ocorre através de nossas associações ou aprendizados com outros de donde vivemos. Isso, além das experiências pelas quais o contínuo viver nos ensina.
Parece que fomos joguetes de muitas das circunstâncias. As que aconteceram sem o nosso querer, sem o nosso desejar, sem o nosso esperar que elas surgissem. Muitas vezes foi assim que amontoamos fatos e conceitos em nossas memórias. As pessoas são os dados que elas possuem registrados em suas memórias conforme brevemente exposto até aqui. Se as mesmas pessoas tivessem nascido e vivido em outro lugar ou em outro país, tendo tido um condicionamento diferente, associações diferentes, diferente também seria o pensamento delas referente a quem elas são. Nesse raciocínio, as pessoas são o que são ou são quem são devido ao que elas acumularam de suas existências de donde suas experiências formaram as suas consciências.
Quando alguém fica pensando sobre si mesmo, quando medita tentando se interiorizar, lhe parece que tem uma existência à parte, isto é, independente do corpo. Esse parecer é provocado pela consciência. É ela mesma que fica pensando sobre si quando tenta se interiorizar e é ela mesma que se sente como existindo a parte e independente do corpo. Entretanto, essa “tida ou sentida” percepção da separação entre o corpo e a consciência é que, talvez, teve como origem o pensar ou o acreditar que dentro de nós existe uma entidade transcendental denominada de alma ou de espírito como muitos preferem dizer.
Afinal a alma é a nossa consciência ou a nossa consciência é que é a nossa alma? Lembrando, a consciência é cerebral e foi formada pelo nosso viver ou pelo nosso condicionamento como anteriormente aqui foi exposto. Pela lógica do “raciocínio humano”, na morte quando o cérebro também morre, pode-se pensar que a consciência desapareça. Se sem a consciência a alma continua a existir ou não, isso ainda “não está” popularmente esclarecido.
Atino Olimpio