Medicamento ajuda pacientes diabéticos a liberar mais insulina e melhorar o controle dos níveis de glicose no sangue
Um novo tratamento contra o diabetes tipo 2 melhora o controle do açúcar no sangue com um risco menor de hipoglicemia do que os medicamentos atuais. É o que revela estudo de pesquisadores da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos.
A droga, conhecida como TAK-875, ajuda os diabéticos a liberar mais insulina e melhorar o controle dos níveis de glicose no sangue.
O diabetes tipo 2 é a forma mais comum da doença e atinge um total de 90% dos 150 milhões de pessoas nos EUA que vivem atualmente com a condição. É causado principalmente pela falta de resposta à insulina, o que leva a altos níveis de açúcar no sangue e uma variedade de condições crônicas.
O receptor 1 de ácido graxo livre (FFAR1), também conhecido como GPR40, desempenha um papel vital na estimulação e regulamentação da produção de insulina.
Ele funciona através do aumento da liberação de insulina a partir de células beta no pâncreas quando os níveis de glicose e ácidos graxos aumentam no sangue, tal como após uma refeição, o que resulta em uma diminuição dos níveis de glicose no sangue.
Drogas que ativam o receptor FFAR1 têm o potencial para ajudar diabéticos a liberar mais insulina e melhorar o controle dos níveis de glicose no sangue.
TAK-875 é um novo agente oral concebido para melhorar a secreção de insulina de uma forma dependente da glicose, o que significa que ele não causa nenhum efeito sobre a secreção de insulina quando os níveis de glicose são normais, e assim, tem o potencial para melhorar o controle do nível de açúcar no sangue sem aumentar o risco de hipoglicemia.
Para a pesquisa, Charles Burant e seus colegas recrutaram aleatoriamente 426 pacientes com diabetes tipo 2 que não estavam conseguindo controlar a glicose através do tratamento adequado com dieta, exercícios ou metformina.
Cada participante recebeu uma de cinco doses de TAK-875, um placebo ou glimepirida, um tratamento convencional do diabetes. O resultado primário foi uma mudança na hemogloblina A1c já no início do estudo.
Ao fim de 12 semanas, todas as doses de TAK-875 resultaram em reduções significativas na HbA1c em comparação com placebo. Uma redução semelhante ocorreu em pacientes que receberam glimepirida.
TAK-875 foi geralmente bem tolerado. A incidência de hipoglicemia foi significativamente menor para todas as doses de TAK-875 em comparação com a glimepirida (2% em comparação com 19%), e foi semelhante ao placebo, que foi de 2%.
A incidência global de efeitos secundários relacionados com o tratamento foi semelhante para os grupos tratados com o novo medicamento e os grupos tratados com placebo, mas foi mais elevada no grupo glimepirida, devido ao risco aumentado de hipoglicemia.
"Estamos entusiasmados com o potencial do TAK-875 e estamos ansiosos para realizar testes mais amplos para descobrir como essa droga funciona e seu nível de segurança", concluem os pesquisadores.